The GPO Amethyst Cargo Ship | Nat Geo
GPO Amethyst O navio GPO Amethyst é um dos maiores do mundo, capaz de transportar algumas das maiores cargas marítimas já vistas. Ele realiza uma façanha que a maioria dos navios evita a todo custo: submergir quase completamente sob a água e, em seguida, retornar à superfície carregando estruturas enormes. O GPO Amethyst é um navio semisubmersível de levantamento pesado, pertencente a uma classe prestigiosa de embarcações. Ser capitão desse navio é considerado uma grande honra. O capitão Evgeniy Nikityuk, com 11 anos de experiência no transporte de cargas pesadas em alto-mar, lidera a embarcação. O navio está a caminho do Golfo do México, onde tentará carregar duas plataformas de petróleo desativadas, com um peso combinado de 25.000 toneladas, que serão transportadas para Omã. O capitão e sua tripulação de 26 pessoas preparam-se para enfrentar o desafio de carregar essas enormes cargas. A indústria global de petróleo e gás tem exigido cada vez mais o transporte de cargas pesadas, com itens individuais que podem pesar até 50.000 toneladas. Isso cria um grande desafio, pois não é possível transportar esses itens por terra ou ar, e o antigo método de reboque não é mais viável. O Desafio do Transporte de Cargas Pesadas O navio GPO Amethyst é uma solução para esse problema, com um convés de 600 pés de comprimento e 158 pés de largura, capaz de acomodar as duas enormes plataformas de petróleo. Sua tripulação está preparada para enfrentar os desafios do clima e do peso das cargas. O desafio de carregar essas enormes cargas é ainda maior porque elas não são hidrodinâmicas, ou seja, não possuem uma forma aerodinâmica. São, essencialmente, grandes blocos quadrados, o que torna seu transporte ainda mais difícil. A solução para a resistência do convés vem da engenharia. O convés, feito de aço fino, poderia ser deformado pelo peso das cargas, mas é reforçado por uma estrutura de suporte que impede que ele se dobre ou quebre. A estrutura do convés do navio é composta por uma rede de vigas de aço com seção transversal em forma de "I", projetada para aumentar a rigidez sem adicionar peso, o que é crucial para a flutuabilidade do navio. Engenharia e Projeto do Amethyst O convés precisa ser mantido plano para evitar que a carga se concentre em uma área específica, causando danos à estrutura do navio. Para isso, é essencial distribuir a carga uniformemente. No estaleiro de Kaohsiung, em Taiwan, dois novos navios de carga pesada estão sendo construídos com o mesmo projeto do Amethyst. A construção do convés é um processo complexo, que envolve a soldagem de 154 placas de aço. A soldagem é um processo desafiador, mas necessário, realizado por meio da técnica de soldagem a arco com gás de dióxido de carbono, que é rápida e produz uma superfície lisa. Após a soldagem, o convés é inspecionado com precisão, com medições feitas em décimos de polegada, o que é vital para garantir a estabilidade e a segurança do navio. Sistema de Propulsão O Amethyst possui um sistema de propulsão extremamente poderoso para maximizar sua velocidade. Ele é equipado com quatro motores diesel gigantes, cada um com 9.600 cavalos de potência. Os motores estão localizados na proa do navio e não estão conectados diretamente às hélices, mas a um eixo de transmissão de 540 pés de comprimento, um desafio significativo de engenharia. O sistema de propulsão é monitorado por um sistema computadorizado, e o engenheiro-chefe, Konstantin Antufyev, é responsável por garantir que todos os equipamentos funcionem corretamente. O coração da embarcação Amethyst, localizado sob a ponte e na proa, é composto por motores que acionam geradores elétricos. Esses geradores transmitem energia para motores elétricos na popa, que movem as hélices, eliminando a necessidade de um longo eixo de transmissão. Os motores elétricos do Amethyst são excepcionalmente poderosos, cada um com potência 5.000 vezes maior que o motor de uma máquina de lavar louça. As hélices, com 18 pés de altura, exigem precisão extrema durante a instalação. As hélices são feitas de uma liga de cobre, níquel e alumínio, projetadas para cortar a água com eficiência excepcional. Cada hélice possui quatro lâminas que podem alterar seu ângulo, permitindo que a embarcação mude de direção, vá para trás ou mantenha uma posição de arrasto zero quando não está em uso. A embarcação Amethyst possui quatro motores diesel e quatro motores elétricos, garantindo que, mesmo em caso de falhas múltiplas, as hélices continuem funcionando. O sistema de propulsão é projetado para ser confiável, mesmo em condições adversas, com capacidade de manter curso e posição em caso de falha de componentes. O Amethyst pode viajar 25.000 milhas sem reabastecer, o equivalente a uma volta ao redor do planeta. Sua grande inércia o torna difícil de parar, exigindo forças opostas, como hélices em sentido reverso, para reduzir sua velocidade. Desafios Operacionais e Capacidades O capitão Evgeniy precisa de habilidades precisas para controlar a embarcação, especialmente em operações complexas, como o carregamento das duas plataformas de petróleo que o Amethyst transportará para Omã. Mesmo operações simples, como parar a embarcação, apresentam complexidades devido ao seu tamanho e peso. A embarcação GPO Amethyst possui propulsores de alta tecnologia que podem mudar para marcha ré enquanto giram na mesma direção, utilizando 8.000 quilowatts para forçar a água para trás e parar a embarcação em 500 jardas. O loadmaster Aleks, com mais de 25 anos de experiência em operações de carga oceânica complexas, está a bordo do Amethyst para planejar a execução detalhada da carga. Ele afirma que a carga pode ser concluída em três dias, desde que o clima esteja favorável. Aleks estuda a previsão do tempo com o capitão e expressa preocupação com a direção que o clima está tomando, pois a janela de oportunidade para a carga está se fechando. A embarcação precisa de posicionamento preciso para carregar os equipamentos de perfuração de petróleo. O mau tempo pode causar atrasos ou até impedir a carga, com uma tempestade no horizonte. O Amethyst possui lemes especiais articulados, que proporcionam um círculo de giro muito menor do que o de outras embarcações de seu tamanho. Além disso, conta com quatro propulsores, dois na proa e dois na popa, que geram grandes quantidades de empuxo rapidamente. Os propulsores fazem parte de um sistema de posicionamento dinâmico que permite um controle excepcional da embarcação. No entanto, ele não pode controlar o clima, e a carga só pode ser realizada se o vento for inferior a 10 nós e o mar estiver com ondas abaixo de meio metro. A equipe que instala os lemes em um novo navio em Taiwan precisa de precisão extrema para garantir que a base do leme esteja equilibrada. Eles trabalham à noite para evitar erros causados pela expansão do metal devido ao calor. O Amethyst pode se mover lateralmente em pequenos incrementos, além de avançar e recuar, graças aos propulsores. O loadmaster Aleks verifica a previsão do tempo às 18h, perto de Nova Orleans. Preparativos para a Operação de Carga A tripulação do navio Amethyst enfrenta um desafio devido a uma tempestade que se aproxima, com ventos de até 55 nós e ondas fortes, colocando em risco a operação de carregamento das duas plataformas de petróleo, com um peso combinado de 25.000 toneladas. A tempestade avança rapidamente, e a tripulação está preocupada, pois a operação de carregamento pode ser adiada se não houver uma janela de tempo seguro para realizar a tarefa. O Amethyst é um navio semisubmersível, o que significa que pode submergir parcialmente. A tripulação planeja submergir o convés do navio para carregar as plataformas de petróleo. No entanto, a notícia de que as plataformas estão mais baixas na água do que o esperado muda os planos. A tripulação precisa saber como as plataformas estão se comportando durante a tempestade e se alguma delas está em perigo. Caso estejam, a operação de carregamento terá que ser interrompida. Após uma espera ansiosa, a chuva torrencial cessa, deixando apenas ventos fortes. A tripulação verifica o estado das plataformas para confirmar se estão prontas para o carregamento. O Amethyst tem um design único, com um casco composto por tanques de lastro que permitem submergir de forma controlada. A tripulação precisa estender postes de guia para que fiquem visíveis acima da água quando o navio estiver submerso. A extensão dos postes de guia é crucial, pois eles precisam ser visíveis para alinhar corretamente as plataformas. A tripulação trabalha rapidamente para ajustar os postes e prosseguir com a operação. O capitão Evgeniy e a tripulação colaboram para superar os desafios e carregar as plataformas de petróleo. Após várias horas de trabalho, o navio está pronto para receber as cargas. A Operação de Carga A operação de carregamento das plataformas de petróleo é um processo complexo e demorado, que levará cerca de seis horas para ser concluído. A tripulação está ansiosa para começar. O casco do Amethyst pode conter 160.000 jardas cúbicas de água, o suficiente para encher 49 piscinas olímpicas. Isso representa um perigo potencial, pois, se o navio se mover nas ondas, a água de lastro pode oscilar de um lado para o outro, fazendo com que a embarcação vire. A solução para evitar o capotamento é dividir o casco em 76 tanques de lastro, dispostos em três camadas. Isso permite que a tripulação regule exatamente quais partes do casco são esvaziadas, mantendo o navio estável. Na ponte, a tripulação inicia a submersão do navio. O convés de 95.000 pés quadrados começa a afundar 30 pés, enquanto a equipe calcula a quantidade de água necessária para manter a estabilidade durante a operação. Ao amanhecer, o casco do navio está completamente submerso, tornando este o momento de maior vulnerabilidade. A tripulação deve ser extremamente vigilante, especialmente os operadores dos sistemas, incluindo os que controlam o lastro. O próximo passo é o mais perigoso: trazer a carga para contato físico com o Amethyst, que pesa 13.500 toneladas. A tripulação deve garantir que o navio não afunde completamente. O navio agora contém cerca de 100.000 toneladas de água em seu casco. As partes acima do nível do mar, conhecidas como área do plano de água, são o que impede o navio de afundar. A ponte sustenta a proa do navio e, mais criticamente, as duas torres gigantes na popa. Enquanto essas estruturas permanecerem acima do nível do mar, a área do plano de água será suficiente para evitar que o navio afunde. Com o clima favorável, a primeira carga pode ser carregada. Aleks instrui três rebocadores a puxarem a carga em direção ao Amethyst, enquanto a tripulação trabalha para amarrar as cargas ao navio e alinhá-las com os postes de guia. Este é um estágio crítico, pois, quando o Amethyst levanta a carga para fora da água, um desalinhamento de apenas um centímetro pode perturbar a distribuição de peso no convés e desestabilizar o navio. Para emergir da água, o navio precisa deslocar 100.000 toneladas de água de seus tanques, um processo que deve ser feito rapidamente. O Amethyst está pronto para levantar 13.500 toneladas da plataforma de petróleo e a si mesmo para fora da água, sendo este o momento mais crucial da operação no Golfo do México. A plataforma de petróleo está posicionada sobre o convés submerso, e a equipe começa a elevar o navio. Todos estão tensos, pois a plataforma de 13.500 toneladas está fixada, mas, até fazer contato com o navio, ela ainda flutua e é imprevisível. Conclusão da Operação e Partida O Amethyst precisa mover milhares de toneladas de água para emergir, utilizando bombas com lâminas de impelidor de alta velocidade que expulsam água dos tanques a uma taxa de mais de quatro milhões de galões por hora. As bombas são grandes para maximizar a capacidade, e o ruído é notável. A equipe trabalha para esvaziar os tanques o mais rápido possível, reduzindo o processo de dias para sete horas. À medida que o navio sobe, a equipe precisa estar preparada para qualquer imprevisto. O contato entre o convés e a plataforma é o momento mais crítico, e a perda de estabilidade pode resultar em desastre. O Amethyst pode ajustar seu próprio peso para manter o equilíbrio, pois as bombas não apenas removem a água dos tanques, mas também a redistribuem dentro do navio para garantir estabilidade, independentemente da posição da carga. A equipe carrega a primeira plataforma de petróleo com sucesso. No dia seguinte, repete o processo para a segunda plataforma, que também é carregada com êxito. A tripulação solda as plataformas firmemente ao convés antes da longa jornada para Omã. O Amethyst e sua carga de 25.000 toneladas estão finalmente prontos para zarpar para o outro lado do mundo, uma tarefa que poucos navios no planeta poderiam realizar, graças às suas tecnologias avançadas e superestrutura. A operação de carga é considerada concluída. O Amethyst é reconhecido como uma das maiores superestruturas da indústria pesada, com seu convés reforçado, sistema de propulsão poderoso, posicionamento preciso e complexo arranjo de tanques de lastro. O navio combina diferentes tecnologias para criar uma embarcação de levantamento pesado que executa seu trabalho com precisão, segundo Gabriel, que destaca a capacidade do navio de compensar o peso da carga para manter a estabilidade.
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